sábado, 28 de janeiro de 2012

A TEMPESTADE...
A vida oscila como um pêndulo, entre águas tranquilas e tempestades. E se eu me permito boiar quanto tudo é calmo, Deixando-me ir ao sabor da corrente, Olhando o céu, agradecendo por tudo, acreditando que será assim para sempre, Desejando que o sol não pare de brilhar, que nuvem alguma venha ensombrar o meu passeio, E que nada me venha retirar do meu conforto... O mesmo não se passa quando o pêndulo da vida, que tem o seu próprio ritmo, E que não pode ficar parado, se começa a deslocar no sentido oposto. E eu sei que é assim. Mas mal começo a sentir a ondulação, eu fujo. De medo. Consigo pressentir ao longe, as ondas gigantes que se aproximam sem dó nem piedade. E sei que são para mim. Sinto no ar o sopro do vento, anunciando com assobios, avisos de tempestade. E sei que fala para mim. Olho para o céu, agora cinzento, povoado de nuvens, E sei que terei de enfrentar a trovoada. E mesmo sabendo de cor, que é a vida que manda, Eu nado, com todas as minhas forças, contra a maré. Tento o impossível... E quanto mais nado, mais me afundo. E quanto mais luto, mais me canso. Quanto mais tento reverter o sentido do pêndulo, mais me encontro no seu extremo oposto. Vou buscar as armas, chamo os aliados, reúno os exércitos. E resisto, resisto, resisto, até não poder mais... E esqueço-me por momentos, que a minha batalha é inútil. Que nunca terei forças para mudar o curso da vida. Porque a vida é a dona do meu destino. Só ela sabe o que é melhor para mim. Só ela sabe qual o meu porto. Só ela sabe que o sol, é tão necessário para a minha viagem, quanto as tempestades. Só ela conhece a força oculta do outro lado das nuvens. E eu, que já naveguei tantas vezes por entre mares revoltos, Continuo com medo de me afogar... Mas a vida que me acompanha desde, e para todo o sempre, Que me conhece, como ninguém... Não me dá tréguas, e avança, com todas as forças na minha direcção. Lançando sobre mim, ondas gigantescas, ventos implacavéis, e trovões ensurdecedores. Olhando para trás, sei que não posso recuar. Por mais que procure, não encontro bóias algumas, nem um tronco à deriva sequer. Levanto os olhos para o céu, em busca de um farol, uma estrela guia, de luz. E...nada. Desta vez, a tempestade terá de ser atravessada sem quaisquer mapas ou guias. Porque a vida quer. Porque a vida sabe, que eu sei nadar. Não importando a dimensão da tempestade, ou a velocidade do vento, Ela sabe, que eu vou sobreviver. A vida decidiu fazer-me passar por todas as oscilações do pêndulo, Por forma a que eu possa perceber, que é no meio, Exactamente no meio, Que eu vou encontrar, o melhor que a vida tem para me dar. Porque a vida, deu-me umas asas enormes. E sabe... Que tanto eu, como tu, sabemos ... Voar...bjs DARC Cláudia

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