domingo, 22 de janeiro de 2012

com asas magoadas....

me entrego ao
vazio....
de contornos
ilusórios....
me vingo de alguem....
que
não sou eu...
me abominando....
chego
ao avesso do que
sinto....
e tudo é contraditorio....
marcas...
feridas...
se amontoam....
cicatrizes
de um amor distante....
mais
distante ainda
pousou....
o que me resta...
se não lançar ao abismo....
momentos....
um amontoado de
dores
mal resolvidas....
fincadas na
carne...
onde a fonte
secou....
o que me resta se não
amordaçar o
coração...
escancarar o grito....
dilacerar
a vertigem de sua
presença.......
deixar fluir...
sangrar....
pode-se dizer que
anestesiei o
pulsar....
e ja não doi....
a ponto
de limitar o que me
resta....
sou uma gaivota com
asas
magoadas....
mas
ainda sei
voar....








fatima j zuanetti...

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